sexta-feira, 30 de janeiro de 2009


Uma história contada por Óscar Wildle.
A lenda de Narciso.

Havia um rapaz que todos os dias ia contemplar a sua beleza num lago. Estava tão fascinado por si mesmo que certo dia caiu dentro do lago e morreu afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que chamaram de Narciso.
Mas não era assim que Óscar Wilde acabava a história. Ele dizia que quando Narciso morreu, vieram as Oréiades -deusas do bosque -e viram o lago transformado, de um lago de água doce, num cântaro de lágrimas salgadas.
-Por que choras? – perguntaram as Oréiades ao lago.
- Choro por Narciso - disse o lago.
Ah, não nos espanta que chores por Narciso – continuaram elas. – Afinal de contas, apesar de nós sempre corrermos atrás dele pelo bosque, tu eras o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto a sua beleza.
-Mas Narciso era belo? - perguntou o lago.
-Quem mais do que tu poderia saber disso? - responderam, surpresas as Oréiades. Afinal de contas, era nas tuas margens que ele se debruçava todos os dias.
O lago ficou algum tempo silencioso. Por fim disse:
- Eu choro por Narciso, porque todas as vezes que ele se debruçava sobre as minhas margens eu podia ver, no fundo dos seus olhos, a minha própria beleza reflectida.

Que bela história ….

sábado, 10 de janeiro de 2009

Amor e humildade


Um conto sobre o Amor e a Humildade, lido num dos livros de Paulo Coelho.

Certo dia, Nossa Senhora, com o Menino Jesus nos braços, resolveu descer à Terra e visitar um mosteiro. Orgulhosos, todos os padres fizeram uma grande fila e cada um se apresentava diante da Virgem para prestar a sua homenagem. Um, declamou belos poemas, outro mostrou as suas iluminuras para a Bíblia, um terceiro disse o nome de todos os santos. E assim por diante monge após monge, cada um homenageou Nossa Senhora e o Menino Jesus.
No último lugar da fila havia um padre, o mais humilde do convento que nunca tinha aprendido os sábios textos da época. Os seus pais eram pessoas simples que trabalhavam num velho circo das redondezas e tudo o que lhe tinham ensinado era a atirar bolas para o ar e a fazer alguns malabarismos.
Quando chegou a sua vez, os outros padres quiseram encerrar as homenagens porque o antigo malabarista não tinha nada de importante para dizer e podia desmoralizar a imagem do convento. Entretanto, no fundo do seu coração, também ele sentia uma imensa necessidade de dar alguma coisa de si a Jesus e à Virgem.
Envergonhado, sentindo o olhar reprovador dos seus irmãos, tirou algumas laranjas do bolso e começou a atirá-las ao ar fazendo malabarismos que era a única coisa que sabia fazer.
E foi só nesse instante que o Menino Jesus sorriu e começou a bater palmas no colo de Nossa Senhora. E foi para esse padre que a Virgem estendeu os braços, deixando que ele segurasse um pouco o Menino…

«Este conto de Paulo Coelho, recria um símbolo intemporal que nos recorda a importância de seguir os nossos sonhos e ouvir a voz do coração.»